quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

#67 JAMES, E.L., As Cinquentas Sombras de Grey

Sinopse: As Cinquenta Sombras de Grey é um romance obsessivo, viciante e que fica na nossa memória para sempre. Anastasia Steele é uma estudante de literatura jovem e inexperiente. Christian Grey é o temido e carismático presidente de uma poderosa corporação internacional. O destino levará Anastasia a entrevistá-lo para um jornal universitário. No ambiente sofisticado e luxuoso de um arranha-céus, ela descobre-se estranhamente atraída por aquele homem enigmático, sombrio, cuja beleza corta a respiração. Voltarão a encontrar-se dias mais tarde, por acaso ou talvez não. O implacável homem de negócios revela-se incapaz de resistir ao discreto charme da estudante. Ele quer desesperadamente possuí-la. Mas apenas se ela aceitar os bizarros termos que ele propõe... Anastasia hesita. Todo aquele poder a assusta – os aviões privados, os carros topo de gama, os guarda-costas... Mas teme ainda mais as peculiares inclinações de Grey, as suas exigências, a obsessão pelo controlo… E uma voracidade sexual que parece não conhecer quaisquer limites. Dividida entre os negros segredos que ele esconde e o seu próprio e irreprimível desejo, Anastasia vacila. Estará pronta para ceder? Para entrar finalmente no Quarto Vermelho da Dor?

Opinião: Visto que a minha melhor amiga - que costumam levar o seu tempo a ler um livro - leu este “Cinquenta Sombras” em meia dúzia de dias e o declarou de dificuldade 0, sucumbi à curiosidade. Já suspeitava de que o conteúdo seria uma tristeza pegada e imaginei-me a fazer uma review suculenta a respeito do facto de a senhora ter presenteado o mundo com uma obra medíocre (calma, medíocre significa de qualidade mediana) - miserável - e ter enriquecido desse modo. Porque o sexo vende. Porque o que é fácil é acessível a todos. Porque prometia “sombras”, um homem cativante e, talvez para alguns, porque é um fanfic do Twilight. Graças a isto fiquei mais rica como pessoa; agora sei o que é um fanfic. Mas sou obrigada a pedir que me perdoem por ter tido tão pouca resistência a este best-seller, e até por não ser capaz de destacar todos os momentos dignos de reparo na obra. Estava a fazer-me mal à saúde...


Eu desconfio sempre quando há muito frufru em redor de algo - porque o que é do acesso comum geralmente tem standards muito baixos. Adolescentes excitadas, mulheres casadas que consideraram um escândalo de secretismo e ousadia adquirirem esta obra e lê-la no barco a caminho do trabalho. E ao menos considero que a E.L.James ensinou muita gente a ler - ao menos isso!
Bom, desisti, como não poderia deixar de ser, porque senti que me torturava mentalmente, na página 20. Li conteúdos semelhantes no “I’m In Love With a Pop Star” da Margarida Rebelo Pinto, mas na altura tinha 13 anos e, mesmo a custo, lá acabei o livro. Agora, dez anos depois, sou incapaz de dedicar o meu precioso tempo a coisas que me magoam o intelecto, por muito que prometessem uma review hilariante.
Desfolhando o restante livro, descobri que a deusa interior da senhora dança salsa com passinhos de merengue e, com isto, retorci-me e fechei definitivamente o livro. O senhor é aquilo que os brasileiros chamam um “babaca”. Há muito que sei que o maior poder é o daquele que pode, mas não faz. Uma pessoa que dá ordens atrás de ordens tem graves problemas de autoridade e a sua personalidade berra que, outrora, o pisaram e bem. Não é preciso ser psicóloga para adivinhar isso acerca do Sr. Grey, nem forçar-me a 500 páginas de tortura mental.

Em conversa com a minha amiga descobri algumas coisas preocupantes e ridicularizantes, adversas à verdade ou já do campo da ficção surreal.

A senhora tem um orgasmo na primeira vez? Hum.
A senhora toma uma primeira pílula e remove imediatamente o preservativo das brincadeiras? Não me admira que hajam fatinhos de bebés a dizer “Há nove meses atrás a minha mãe leu o Fifty Shades of Grey”...


Enfim.
Dá que pensar.

Classificação: 1*

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