quarta-feira, 31 de outubro de 2012

#60 SARAMAGO, José, A Viagem do Elefante

Sinopse: Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia. Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante. Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas. Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.

Opinião: O que esperar de uma obra de um escritor premiado com um Nobel? Já tive algumas experiências com vencedores/indiciados para Pulitzers, Nobels, Booker Prizes, e nem sempre foram agradáveis. Abomino o surrealismo de Murakami. Derrapei no caos de Gabriel García Marquez e ganhei asco à “A Valsa Esquecida” da Anne Enright - uma vez mais, porquê “A Valsa Esquecida” e não, como dizem os franceses do Jeunet, “Yupi-tralala”? Mas o Saramago é diferente, não por ser português, não por ser um velhinho de aspecto afectuoso, mas porque o considero um génio. Um génio com uma escrita tão complicada que eu, que gosto de pensar em mim como dispondo de alguma inteligência, dificilmente acompanho. Já analisaram o surrealismo das suas reflexões? Cegueira branca. A Península Ibérica à deriva da Europa. A Morte de férias. E depois temos esta Viagem do Elefante.

Do Saramago li as entrelinhas da Jangada de Pedra, desistindo a meio e admirando o génio que arquitectou as ideias. Li pouco mais de um terço do Ensaio Sobre a Cegueira e desisti, porque tanta excelência e tanto conteúdo cansam. Fiquei a 30 páginas do final do Memorial do Convento, porque foi como correr a meia-maratona chegar ali. E decidi pegar n’A Viagem do Elefante e fazer dele a primeira obra que leio, de fio a pavio, do Nobel português.

É preciso explicar que esta minha predilecção por esta obra, entre tantas que prometem qualidade, se deve ao delicioso documentário - José y Pilar. No documentário, Saramago corre o mundo a promover os seus livros, com a maravilhosa - e arguta - Pilar del Rio ao lado. E está a escrever A Viagem do Elefante. Sofre um enfarte (?) e é internado. Lamenta, receia, não ser capaz de terminar a Viagem do Elefante. Mas, como ele próprio escolheu para citação de partida, Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam. E o elefante Salomão ou, a dado momento, Solimão, lá vai atravessando a Europa com as suas quatro toneladas. O segundo motivo que me sintonizou para este livro foi a citação: o elefante caga, pois caga. E gravou-se-me de tal modo que a oiço sempre na voz hesitante de Saramago.

A leitura é difícil. É-me sempre difícil ler Saramago, como se o autor atirasse pedras para o caminho do leitor, a fim de aferir quanto queremos lê-lo, quanto estamos dispostos a dar de nós para fazer essa viagem que há, regra geral, num livro qualquer. Mas eu consegui ler os Maias à segunda investida, e o Saramago, desta, não me venceria.

Como ponto alto elejo a amizade cornaca-elefante. O elefante parece compreendê-lo conforme lhe sussurra ao ouvido por muito que Saramago nos recorde, aqui e ali, que o mesmo não passa de um animal. É ternurenta esta relação assim como a de simpatias e antipatias que o elefante vai revelando. Surgem padres e diálogo religioso, como já é habitual, e surge também a história de um Portugal grandioso, ainda a colher os frutos da Expansão Marítima. Estamos regidos por D. João III, veio a inquisição e na Europa prepara-se a contra-reforma em Trento. Tudo isto é mencionado pela voz de um padre Genovês que roga um milagre ao cornaca Subhro, apelando ao muito que a Igreja Católica beneficiaria dum. Por entre interesseiros, milagres de encomenda, insensibilidades para com o elefante e o tratador, discriminação para com um indiano que acredita em deuses-elefante, um jogo hierárquico complexo e uma fogueira de vaidades, Salomão agita as estradas passo a passo, ao caminhar, gravando a ferros a sua passagem pela literatura portuguesa. Inesquecível, daqui por diante, a existência de um elefante de nome Salomão.
A frase "O elefante caga, pois caga", nunca surge no livro.
Houve partes que me pareceram por demais familiares, como se esta obra de Saramago existisse em todas as coisas.
Classificação: 3***/*

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

#59 KEATING, Barbara & Stephanie - Um Fogo Eterno

Sinopse: Hannah, Sarah e Camilla partilharam uma infância mágica e feliz no Quénia. Anos depois, as três jovens mulheres regressam às terras altas da África Oriental e àquele que é agora um país independente. Hannah luta para preservar a sua memória na fazenda Langani, alvo de uma série de ataques violentos que ameaçam a sua segurança e casamento. Sarah está a estudar o comportamento dos elefantes numa zona perigosa devido à acção de caçadores furtivos, refugiando-se no trabalho para superar a morte do seu amor de infância. Camilla, um ícone mundial da moda, abandona a sua carreira em Londres e regressa ao Quénia por amor a um carismático caçador e guia de safáris. Mas um segredo paira sobre elas. Com a ajuda de um ambicioso jornalista indiano, elas vão desvendar a verdade por detrás da morte do noivo de Sarah e dos constantes ataques à fazenda e às suas vidas. As paixões e provações por que passam estas inesquecíveis heroínas, unidas uma vez mais pela amizade e pelo amor ao país das suas infâncias, fazem de Um Fogo Eterno um romance épico e magnífico.

Opinião: Opinião: Conheci a Camilla, a Sarah e a Hannah em Irmãs de Sangue, um livro que adquiri em 2010 (se a memória não me falha), porque a sinopse continha uma promessa de África e porque era apaixonada por livros grandes. Digo “era” porque o tempo para livros grandes, ultimamente, não tem abundado. A prova disso é a hora em que escrevo esta crítica – ou, aliás, partilha de opinião. Na altura, deixei o livro a sessenta páginas do fim. Aconteceu algo que me magoou de tal modo que tive de pôr o livro de lado. Não conseguia digerir a intensidade dos acontecimentos. Neste ano, ou seja, dois anos depois, lancei-me a essas últimas sessenta páginas quando me dei conta de que se tratava de uma trilogia. Mesmo sem me recordar dos nomes das personagens à primeira e de todos os acontecimentos, chorei baba e ranho. Dois anos depois e contactando apenas com sessenta páginas.
Bom, o Um Fogo Eterno arrancou-me o mesmo. Tive de disfarçar as lágrimas. Só agora me dei conta de que chove, porque eu cheguei agora mesmo de Naibori. África está resplandecente mas, infelizmente, quente demais. Confusa demais. Violenta demais. A acção tem lugar entre 1966, momento pouco depois do término do volume I, e 1970. Até, sensivelmente, à página 250 não senti grande entusiasmo pela obra, fora África, claro. Fora os elefantes, as hienas e os crocodilos. Além do mais havia muitas desgraças a suceder desde o primeiro livro e, até aqui, injustificadas. Muita violência gratuita que, a partir da página 300 começa a resolver-se de um modo arrebatador. Lia 100, 160 páginas por dia, tão absorta que estava nesta obra sem igual. Todas as personagens são multifacetadas. A Hannah está impossível neste volume, a tentar manter a família à tona enquanto o logde e Langani são constantemente atacados. O Lars é o marido ideal, firme e brusco quando é necessário. A Camilla continua demasiado silenciosa e independente, pouco dada a explicações. A história dela com o Anthony, o guia de safaris, arrasta-se interminavelmente porque o tipo é um mulherengo de primeira, por muito que a ame. Simultaneamente a relação está bem retratada porque existem, de facto, muitas ligações dessa natureza a suceder na vida real. Quanto à Sarah continua a minha favorita. No primeiro volume viveu um grande amor com o Piet, irmão da Sarah e sofreu um choque tremendo e uma perda arrasadora. Neste segundo volume surge outro homem inteligente e determinado. Vamos lá ver o que o jornalista indiano consegue dela… Devo confessar que o Rabindrah é das minhas personagens favoritas.
Lamento a lentidão das últimas cem páginas, poderia estar tudo resumido a menos. Houve uma cena marcante na prisão que me pôs a pingar lágrimas. O conflito interior foi tão intenso que eu senti-me lá, a tomar decisões pelas personagens. Em geral o livro está muito bem encaixilhado – pena o ritmo por vezes lento – e as personagens são muito humanas e volúveis. Aprendem-se boas lições, até porque são todos tão francos que as censuras voam.
Não sei bem o que esperar do terceiro, mas também tinha julgado que tudo se tinha encerrado no primeiro e parece-me que gostei ainda mais deste volume.

Li algures que só aqueles que têm ligação a África sentem realmente interesse por este livro. Não sei se é do meu avô angolano cor de carvão mas… eu senti o chamamento de África, tão forte e oportuno como sempre.
Classificação: 5*****

domingo, 21 de outubro de 2012

Lançamento "O Funeral da Nossa Mãe"

CARREGUEM NA FOTO PARA VER AMPLIADA

Foi ontem; foi emocionante, foi gratiticante, foi tudo de bom.
 Obrigada a todos aqueles que vieram, daqui e dali, só para me fazer feliz nesse dia que foi tão especial!
 Obrigada à Alfarroba que permitiu, mais uma vez, essa reunião tão calorosa.
 Obrigada aos beijos, abraços, apertos de mão.
 Obrigada por toda a alegria que me proporcionaram, apesar do nervosismo!
Felicidades a todos.

Aos interessados em adquiri-lo podem fazê-lo enviando um e-mail para:
ccorreialoureiro@gmail.com.

Fotos









Irmãos



 
 
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TOP 5 - Orgulhos da Prateleira (Gula)

Porque como vocês sabem os livros são uma relíquia e... há livros que fazem parte da vida de uma pessoa e trazem conforto só ao olhar.

Quis muito uma edição clássica d'O Conde de Monte Cristo, mas eram absurdamente caras. E então esbarrei, na Feira do Livro 2012, com várias caras da literatura minhas conhecidas. Entre elas estava esta a um preço hiper acessível. Acho que é muito século XX e que o Sr. Dumas não está nada favorecido no "desenho". Mas ainda assim não lhe topei uma gralha nas páginas que li (291/880), as folhas são de qualidade (não vão começar a desfazer-se) e quis muito, muito, este clássico. Fica comigo para sempre... ou até que saia uma edição com cara de séc. XIX.

Comprei esta obra do José Luís Peixoto, autor tão familiar dos portugueses, ainda antes de lhe conhecer a amplitude da fama... E não gostei. Ou melhor, descobri em Maio de 2012 na Feira do Livro de Lisboa, quando tive oportunidade de me sentar ao lado do autor, não o entendi. Prometi-lhe uma releitura esclarecedora, um reencontro com a poesia das suas palavras a ver se é desta que lhes gabo o sentido. Entretanto a dedicatória é linda e é um dos orgulhos pessoais da minha "biblioteca".

Esta magnifica arrumação da História do nosso Portugal pelo punho de Rui Ramos tem dois méritos. Primeiro é o crème de la crème dos meus interesses pessoais. Toda a gente sabe que quando começo a falar de História ninguém me cala... e tem dado imenso jeito em pesquisas para romances. Em segundo foi-me oferecido pelos meus amigos, em peso, posto que não é exactamente baratinho. Foi um aniversário feliz em que abracei, fui abraçada e presenteada com o que de melhor combinaria comigo, por aqueles que mais amava...

Nº 2 - Anna Karenina
Custou-me a conseguir reunir os fundos necessários para adquirir esta obra de 832 páginas, mas a Fnac! deu um empurrãozinho: 50% de desconto em clássicos! Graças a isso jamais falarei alguma vez mal da Fnac! É uma edição lindíssima da Relógio d'Água, uma obra de excelência tanto a edição quanto o romance, e prefácio do Nabokov! Promete. Ainda não o li, por isso não sei ao certo o que dizer dele. Mas a cada vez que o relanceio na prateleira suspiro de contentamento...

De longe o meu livro favorito de todos os tempos, soube desde que comecei a persegui-lo a fim de o comprar... mais do que um livro qualquer na prateleira, é meu: onde está dobrado assinala as passagens que me falaram, foi transcrito e citado diversas vezes. Deu corpo ao meu filme favorito e narra a maior e mais complexa história de amor e guerra que li até ao presente. Duvido, seriamente, que algum livro o destrone.
Margaret Mitchell - devia ser Nobel da Literatura

terça-feira, 16 de outubro de 2012

TOP 5 - Livros da Minha Vida

Nº 5 - Baunilha e Chocolate
Porquê? Não se deve certamente à qualidade inegável do livro, mesmo porque se coloca no mesmo patamar de tantos outros mas... eu tinha treze ou catorze anos quando o li pela primeira vez. Pareceu-me tudo sofisticado e soberbamente interessante. A avó a ouvir recitais de piano e a declarar que ia fumar até morrer, por muito que isso lhe acelerasse a morte, as cadeiras Chippendale, um professor com uma tartaruga, o universo e a História italianos, nomes quase exóticos - Andrea, Penelope - uma mulher bonita, com a aura das italianas, desrespeitada por um marido infantil e atraente... Mulheres fortes, sedutoras e seguras de si e, ainda assim, sofredoras. A Itália das villas e dos verões, a itália da indústria e da moda... e eu a lê-lo outra vez, e outra, e outra... só pelo prazer de absorver de novo a aura a frescura e doçura da baunilha e do chocolate.


Nº 4 - Chocolate
Li o livro muito antes de ver o filme e - embora com desfechos e enredos ligeiramente diferentes - sou apaixonada por ambos. A Joanne Harris estava num transe inspirador quando o escreveu, certamente. O aroma do chocolate quente, o balcão para onde os aldeões de Lansquenet-sûr-Tannes (numa França até então desconhecida para mim) são misticamente atraídos para os chocolates e os pratinhos e apetrechos Maias da Vianne. E há a sua pequena filha, Anouk, e o seu canguru imaginário. Há os sapatos vermelhos da Vianne no empedrado da aldeia, o desafio que lança a todos ao abrir a La Céleste Praliné - a chocolataria mais badalada de todos os tempos - em plena Quaresma e sob as barbas do Padre Reynaud que, além de velar pelas almas, vela também pelos caminhos e condutas pessoais de cada membro desta pequena comunidade...


Nº 3 - O Monte dos Vendavais
Li-o pela primeira vez este ano e foi um choque literário e emocional. Foi a primeira vez que vi o amor - um amor mútuo e correspondido - ser explorado nesta perspectiva. Por muito que esta obra-prima da Emily Brontë tenha sido publicada em 1847, esta leitora só pousou nele os olhos em 2012. E foi assim que fui absorvida a duzentos por cento pelo amor conturbado - quase doentio, enlouquecedor - da Cathy e do Heathcliff. Tocam-se almas, ultrapassa-se a vida e a morte neste romance arrebatador. O contraste entre o negrume destes actos e a luz dos seus sentimentos, guardados como relíquias e tantas vez silenciado, os diálogos são desconcertantes: Que direito tem uma pessoa que ama outra de a privar do seu amor? De os privar a ambos da luz desse amor? Foi esta a reflexão mais profunda a que este livro me conduziu. Não é a história de um pai enraivecido que separa dois apaixonados: é a história de uma apaixonada demasiado ambiciosa, arrogante e estranha a si mesma para compreender que dele depende toda a sua felicidade, e assim os condena a ambos a penar pelo outro numa separação imposta por si mesma.

Nº 2 - A Praia do Destino
Tinha dezasseis anos quando o comprei. Como nunca nadei em dinheiro, foi a primeira vez que me permiti a extravagância de comprar um livro de um autor que me era estranho. Que é como quem diz: poderia vir a odiar o livro, mas a sinopse venceu-me. Era sobre uma menina de quinze anos envolvida num caso amoroso com um médico casado de quarenta e um. Somem a isto o facto de estarmos em 1889 e compreenderão a amplitude do escândalo. Os cenários criados pela Shreve são únicos: a Olympia é quase palpável, o Haskell é-nos um homem de carne e osso - com cheiro, sólido, real. A praia de Fortune's Rocks estende-se aos nossos pés. O fulgurante círculo de intelectuais que rodeia o pai da Olympia - e do qual John Haskell faz parte - cativa-nos e entretém-nos em igual medida. A tuberculose ataca as fiações desta pequena povoação. Boston é rígida no julgamento. A Olympia ainda está sentada no alpendre de casa e ainda há um convidado que adquiriu a recente modernice que é a máquina fotográfica. A mulher do Haskell ainda tem hálito a hortelã e ele e a Olympia continuam ambos continuam estáticos, congelados e presos na eterna vergonha do momento que dita a dimensão da sua futura desgraça...

Nº 1 - E Tudo o Vento Levou
Creio que a Scarlett O'Hara é, literariamente falando, tida como uma "anti-heroína". Na compreensão que tenho desse termo concluo que tal se deve aos muitos erros de carácter que a compõem. Aliás, à falta de carácter que tantas vezes a assiste. Na realidade, são precisamente esses erros que fazem dela a minha heroína favorita da literatura, ou não fosse ela uma mulher de armas como não há  outra! Casa-se com homens que despreza primeiro para curar um amor não-correspondido e depois para salvar a família da miséria. Tem uma mente lógica e matemática, é vulnerável nos momentos menos prováveis e surpreendentemente forte quando todos se deixam ir abaixo. É tão teimosa que passa metade da vida iludida a respeito de um homem que, vai na volta, seria sempre indigno da sua força. E acorda tarde demais - como tantos acordamos - para o que parecia estar-lhe destinado... Diálogos inteligentes, uma complexidade temporal, caracterizadora e descritiva (sobretudo das emoções e do coração humano) sem igual e uma sensibilidade e crueza raras em autoras femininas. Uma mulher que escreveu sobre guerra e amor na mesma medida, e que os elevou a ambos à excelência. A ser relido centenas de vezes... sem dúvida o livro da minha vida!